A urticária é uma doença caracterizada pelo aparecimento recorrente de lesões ponfosas (urticas) na pele, em auto relevo e, geralmente, rodeadas por uma borda avermelhada, que coçam intensamente. Além disso, essas lesões caracterizam-se por ser efêmeras, ou seja, permanecem no mesmo local por, no máximo, 24 horas. Em seguida, reaparecem em outras áreas do corpo.
Muitas pessoas com urticária também apresentam angioedema, um inchaço das camadas mais profundas da pele. Entretanto, este problema está mais associado à dor do que a coceira e possui duração de 48 a 72h. Pode aparecer em qualquer parte do corpo, mas é especialmente no rosto que a lesão tem mais impacto. Isso porque deforma significativamente a aparência do indivíduo afetado e, assim, pode causar fechamento da glote com sufocamento secundário.
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O diagnóstico é clinico, por isso raramente é necessária uma biópsia de pele para confirmação.
Tipos de urticária
A urticaria pode ser classificada em:
- URTICÁRIA AGUDA: cursa com duração menor do que 6 semanas. É mais comum em crianças. Metade dos casos de urticária aguda são idiopáticos, ou seja, não possuem um fator causal identificado. No entanto, a outra metade está associada a infecções, uso de medicamentos, causa alimentar, entre outras;
- URTICARIA CRÔNICA: cursa com duração superior a 6 semanas e sempre necessita de uma investigação da causa associada. É mais comum em mulheres e tem pico de incidência na 4ª década de vida. A grande maioria dos casos de urticaria crônica são idiopáticas ou então autoimunes. Apenas uma pequena percentagem está associada a infecções, medicações, neoplasias, entre outros.
A urticaria crônica pode ser espontânea, quando é causada pelo próprio corpo; ou induzida por agentes externos, por exemplo, a luz solar, a água, o calor, o frio, a vibração e a pressão. Estímulos imunológicos (auto anticorpos que atacam a própria pele) e não imunológicos (calor, frio, vibração, pressão, medicações) levam a liberação de histamina e outras substâncias inflamatórias dos mastócitos, um tipo de célula branca que faz parte do nosso sistema imunológico. Isso leva a uma dilatação dos vasos, extravasamento de plasma para fora dos vasos, inflamação local e, por consequência, urticas, angioedema e coceira.
Tratamento
O objetivo do tratamento é o controle completo dos sintomas. Isso é possível através do uso de anti-histamínicos (antialérgicos) em doses otimizadas, sempre priorizando àqueles não sedativos. Casos que não respondem ao tratamento convencional com antialérgicos podem se beneficiar de associação com sedativos e não sedativos, com anti-histamínicos H2 como, por exemplo, ranitidina, cursos curtos de corticoide oral, imunossupressores (medicações que baixam imunidade) e imunobiológicos (omalizumabe).
É importante que esses pacientes evitem desencadeantes físicos e medicações que estimulem a liberação de histamina pelos mastócitos. Entre eles a aspirina, anti-inflamatórios, codeína e morfina. O estresse deve ser controlado, assim como o sobreaquecimento corporal, a ingestão alcoólica e de aditivos alimentares como conservantes, corantes e salicilatos naturais.
Apesar da cronicidade da doença, do aspecto desagradável das lesões e do extremo desconforto que a coceira possa causar, felizmente, na grande maioria dos casos, a urticária crônica não traz maiores repercussões à saúde e não está associada a doenças graves.