Melasma é uma condição clínica caracterizada pelo surgimento de manchas escuras na pele, localizadas mais comumente na face. Costuma surgir, sobretudo, em mulheres entre os 20 e 50 anos, mas pode afetar cerca de 10% dos homens.
Causas do Melasma
O Melasma tem duas causas principais: exposição à radiação ultravioleta/luz visível e estímulos hormonais. No entanto, não bastar apresentar apenas esses fatores para que uma pessoa desenvolva Melasma. É necessária predisposição genética para o surgimento dessas lesões.
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A exposição solar sem proteção, mesmo que indireta no dia a dia, estimula as células de pigmentação da pele (melanócito) a produzirem uma maior quantidade do pigmento melanina. Dessa forma, se acumula e forma a mancha. Alguns hormonais como, por exemplo, os presentes nas pílulas anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal e na gestação, também induzem estas células a formarem mais melanina. Além disso, outros fatores parecem estar implicados na etiologia e perpetuação desta doença. Entre eles, o uso de medicações anticonvulsivantes, de produtos cosméticos irritativos, calor intenso e algumas doenças (hepáticas e endocrinológicas).
Sinais e sintomas
O quadro clínico caracteriza-se pelo surgimento de manchas escuras ou acastanhadas, de formatos irregulares, geralmente simétricas (iguais nos dois lados), nas áreas da pele expostas ao sol. Normalmente aparecem no rosto, mas pode ocorrer em outras áreas do corpo, como braços e colo.
O Melasma pode ser classificado como epidérmico, quando há depósito aumentado de pigmento na epiderme (camada mais superficial da pele); dérmico, caracterizado pelo depósito de melanina na derme (camada profunda da pele) ou misto.
O tipo dérmico apresenta uma resposta ao tratamento mais reservada por acometer camadas mais profundas da pele.
Também pode ser classificado quanto a localização facial em:
- Malar: quando acomete as maçãs do rosto.
- Centrofacial: quando acomete a testa, bochechas, acima do lábio, nariz e queixo
- Mandibular: quando acomete a pele da região mandibular.
Tratamento do Melasma
A base do tratamento do Melasma consiste no uso de protetor solar e cremes clareadores. O ponto de partida para um tratamento bem sucedido é a conscientização do paciente quanto a proteção contra os raios solares e luz visível. Aplicar um filtro solar potente de amplo espectro, que tenha proteção contra raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB), com FPS mínimo de 30, nas regiões expostas do corpo é a medida essencial. Este deve ser aplicado 3 vezes ao dia, inclusive nos dias chuvosos e de permanência em ambiente domiciliar. As mulheres que desejarem pode incluir uso de filtro com cor ou aplicar sua base / pó compacto sobre o filtro solar, o que confere uma proteção extra. Isso porque estes produtos cosméticos criam uma barreira física a radiação solar.
O uso do filtro solar ajuda a estabilizar os benefícios obtidos com o tratamento e atua na prevenção, pois apenas uma pequena quantidade de exposição solar pode fazer com que o Melasma retorne. Essa é uma das principais razões de porquê os casos aumentam no verão.
Cremes clareadores a base de hidroquinona, ácido glicólico, ácido retinóico, ácido azelaico, por exemplo, são usados para remoção das manchas. Os resultados iniciais surgem dentro de dois meses de tratamento. No entanto, ainda que tenha resultados rápidos, o tempo necessário para estabilizar o quadro e impedir que mínimas exposições solares recidivem a doença pode ser de muitos meses a anos. Assim, o conceito principal é que pacientes com esta condição necessitam de tratamento contínuo.
Outros tratamentos
As terapias hormonais, incluindo anticoncepcionais, devem ser avaliadas individualmente pelo dermatologista juntamente ao ginecologista. Assim é possível pesar o risco-benefício de suspensão ou troca da medicação por outra com níveis hormonais reduzidos.
A utilização de peelings químicos ou microdermoabrasão pode contribuir para uma resposta mais rápida. O inverno é o período mais adequado para sua realização. Além disso, existe a possibilidade de usar laser ou outras formas de energia luminosa para ajudar no processo. Entretanto, estes procedimentos devem ser bem indicados, pois, se a aplicação não for a mais recomendada ou não for aplicada corretamente, o procedimento pode gerar ainda mais manchas na pele do paciente. Também pode-se lançar mão, para aumentar a resistência da pele à radiação, de cápsulas ricas em antioxidantes como Pollypodium leucotomos, licopeno, picnogenol e vitaminas C e E.
Se você tem Melasma, aprenda de uma vez por todas: o tratamento sempre prevê um conjunto de medidas para clarear, estabilizar e impedir que o pigmento volte. Tratar essa doença é difícil e não tem cura, apenas controle. Nunca abandone o tratamento e mantenha sempre acompanhamento com seu dermatologista. Ele é o profissional mais habilitado para te guiar na escolha dos cremes despigmentantes de acordo com a época do ano e te oferecer novas opções.
